terça-feira, 12 de abril de 2011

Natascha Kampush - 3096 dias em cativeiro

Acabei de ler ontem o livro 3096 Dias, autobiográfico, fala sobre o sequestro de uma menina austríaca que passou 8 anos em cativeiro. Talvez você lembre desta história, Natascha Kampush foi sequestrada aos 10 anos de idade a caminho da escola em um distrito de Viena e fugiu de seu algoz aos 18 anos, iniciando sua libertação do cativeiro psicológico, que segundo ela, só teve fim com a publicação de seu livro.

 
A história é bem interessante e me prendeu na leitura até o fim... É impressionante a força que uma menina cheia de problemas familiares e complexos, conseguiu encontrar na mente e no corpo para sobreviver aos abusos e a loucura do sequestrador. Sequestrador sim, agressor, mas também seu companheiro de jogos, filmes, brincadeiras, refeições e comemorações durante 8 anos. Se o sequestro foi um trauma, a fuga também foi. E a morte dele (que cometeu suicídio quando ela fugiu), foi um alívio e ao mesmo tempo uma estranha dor. Um misto de emoções muito grande do qual Natascha conseguiu sair com sanidade, porém não com a dignidade que gostaria, pois li na internet que alguns de seus conterrâneos não acreditam na versão dela e falam que sua mãe a teria vendido. Entendi então o porque de ela criticar tanto as atitudes da mídia e de algumas pessoas que queriam ve-la sentir pena de si mesma e segundo ela não entenderam a sua superação como algo aceitável.

Quando tive interesse por este livro, cheguei em seguida exitar pensando que poderia ser uma leitura muito triste, deprimente... Mas não foi! Acho que pelo modo como foi escrito, atravez de uma análise bem clara e que parece franca feita pela própria vítima, que se nega a ser vista como tal. Ela se vê como parte do acontecimento, mas não como vítima, vê o sequestrador como criminoso mas admite que passou bons momentos ao lado dele.

No final desta leitura, lamento muito o que aconteceu, mas não consigo ter pena de Natascha. Tenho pena do que ela sofreu, mas a impressão que tenho pelo livro, fotos e pelas entrevistas feitas com ela, é de que ela superou e cresceu de maneira muito positiva. Creio que é porque ela não se vê com o sentimento de comiseração, e relata no livro que isto é possível através de uma atitude muito poderosa chamada PERDÃO.

Muito bom! Valeu a pena a leitura! Recomendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário